De uma pedagogía da palavra a uma pedagogía do silêncio
Movimento Rural e Ligas Agrárias. Sujeito político rural e repressão do terrorismo de estado no nordeste da Argentina (1960-1983)
DOI:
https://doi.org/10.48160/22504001er29.522Palavras-chave:
Movimento rural; ligas agrárias; memórias; terrorismo de estadoResumo
Durante a década de 1960 e a primeira metade de 1970, produtores e trabalhadores rurais protagonezaram um proceso de formação e organização política em diferentes províncias do nordeste da Argentina. Este proceso foi impulsionado por jovens que pertenciam ao Movimento Rural de Ação Católica com o apoyo dos bispos da região e convergieram com otras experiências históricas de organização do sujeito rural. Em todo o nordeste, desplegaram um projeto para a formação de “líderes” que construiu as bases para a formação das Ligas Agrárias em 1970. Desde começo da década 1970 ruralistas e liguistas foram sistemáticamente reprimidos, sendo, em fin, vítimas do terrorismo de Estado implantado pela última ditadura civil e militar da Argentina (1976-1983).
Considerando que o projeto promovido pelo Movimento Rural de Ação Católica foi fundado na promocão de uma “pedagogía da palabra” que foi sustituida -pelo terrorismo de Estado- por uma “pedagogía do silêncio”. Desde um olhar antropológico que parte da construcão de memórias sociais, propomos refletir sobre o proceso de conscientização e organização política do sujeito político rural e sua reconfiguração como vítima do terrorismo de Estado na década de 1970. Por fim, investigaremos os significados e representações que permearam o processo de transmissão dessa experiência dentro das comunidades rurais.