Migrações, trabalho familiar e género: a horticultura em General Pueyrredon
DOI:
https://doi.org/10.48160/22504001er28.509Palavras-chave:
migração, trabalho familiar, género, horticulturaResumo
A tese abordou o trabalho hortícola, doméstico e
de cuidados realizado por mulheres bolivianas e suas filhas
nas fazendas hortícolas de General Pueyrredon, colocando as
pessoas e suas experiências no centro da análise. O foco foi
colocado nas experiências das trabalhadoras dentro dos seus
grupos domésticos e nas interacções que estabelecem com a
comunidade e com os agentes estatais que circulam no sector
hortofrutícola, de modo a observar as desigualdades e assimetrias
que se constituem entre eles. A sobreposição dos espaços de
trabalho doméstico e mercantil que ocorre nas roças foi central
para a tese. Nesta sobreposição, as actividades da "vida pública"
- o trabalho remunerado - e da "vida privada" - o trabalho
doméstico e de cuidados - são realizadas em simultâneo e
produzem diferentes efeitos nas suas trajectórias migratórias e
laborais. Neste contexto, mostramos a divisão sexual do trabalho,
as alterações nela produzidas pela mercantilização do trabalho
produtivo após a migração, ao mesmo tempo que analisamos
como esta divisão sexual do trabalho, o estatuto familiar e
a geração têm efeitos no acesso aos recursos e nas decisões
sobre o trabalho familiar remunerado. Por fim, analisamos as
formas como os agentes do Estado intervêm para produzir
significados sobre os cuidados e a parentalidade no contexto
desta sobreposição de empregos com horários de trabalho
alargados e exigências sazonais.